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domingo, 18 de março de 2012

Magia do bumba-boi encanta São Luís com festa de ritmos e cores

Enfim, chegou a hora de guarnicê. Os cantadores dos bumba-bois da Ilha Vão soltar a voz, afinados, entoando suas toadas horas a fio nos mais diversos terreiros espalhados por São Luís. Com fôlego de maratonistas, os “amos” são os principais personagens dessa exaustiva jornada dos grupos da maior manifestação da cultura popular do Maranhão. A festa, rica em cores e ritmos, começa em sua fase de preparação com o tradicional em saio de sabado de aleluia e vai até 30 de junho dia de são marçal   quando os batalhões se reunem à nno joão paulo , após festejar santo antonio ,são joão e são pedro

Com apito no pescoço e maracá na mão, e envergando roupas estampadas, os cantadores representam a veia inventiva de artistas de alma e cores maranhenses. Eles agitam os batalhões, e atravessam as madrugadas, com toda a trupiada em peso, ressoando os pandeirões, as matracas, as zabumbas e os conjuntos de tambor-onça. A cada ano, surgem novidades, mas só não muda o sentimento de devoção a São João, São Pedro e São Marçal, que são os padroeiros da festa. Além de João Chiador, amo do Boi de Ribamar, e humberto do maracanã  – hoje considerados os dois maiores cantadores do Maranhão -, os batalhões obedecem às ordens de outros vozeirões não menos importantes: Lelé (Pindoba), Dico (panaquatira), Adelino (maiobão), Zé Alberto (iguaiba) e Mané Onça (Madre Deus), Ronaldinho (Bairro de Fátima), maquinho e samuel da maioba .
Estes mesmos cantadores, representantes de diferentes gerações, também foram atrações de uma recente festa realizada em São Luís: o Encontro de Gigantes, que aconteceu na noite do dia 3 de junho passado, na Praça Maria Aragão. Todos foram acompanhados pelo batalhão pesado da Madre Deus. O trio que deu o pontapé inicial para o Encontro de Gigantes, há 12 anos, continua firme no palco: Chiador, Humberto e Zé Alberto. Ao longo desse tempo, muitos outros nomes foram sendo atraídos para o encontro. Tanto que hoje reúne amos de vários batalhões do sotaque de matraca, também chamado de sotaque da ilha.

Cantor de nascença - Debaixo de um chapéu de palha com bordado, um dos veteranos, João Costa Reis, o famoso João Chiador,  o cantador do Bumba-boi de São José de Ribamar, depois de ter passado 32 anos como o amo do Boi da Maioba.  Chiador lembra que começou a cantar bumba-boi ainda na infância. Ele tinha 14 anos quando foi convidado para participar de um boi organizado na Maiobinha por um então vereador de São José de Ribamar, Amintas Guterres. “Sou cantor e compositor de nascença”, afirma João Chiador, recordando que chegou ao Boi da Maioba no ano de 1961, época em que o cantador oficial do grupo era o lendário Luís Gonzaga, mais conhecido como “Luís Dá Na Vó”, que faleceu no dia 5 de fevereiro de 1963. Chiador assumiu então o comando do batalhão da Maioba, onde ficou até o ano de 1992.

“Fui contratado para cantar, a partir de 1993, no Boi de Ribamar , afirma Chiador, que já teve parceiros como o finado Fifi da Mangueira e hoje tem algumas composições em parceria com o Coronel Frank. Com quase 50 discos gravados – no início em vinil e agora em CDs -, Chiador tem como companheiro inseparável o seu maracá, que ele diz que é “a viola do boi”, usado para avisar que a batucada deve começar ou parar. Cantador que se esmera em renovar seu repertório a cada ano, Chiador confessa que já trabalha com o plano de realizar um sonho de fica apenas dando aula aos novos cantadores .

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